No terceiro dia da Semana CANPAT Construção 2023, 04/10, a supervisora do Departamento de Segurança do Trabalho do Seconci-MG, Andreia Darmstadter, mediou o debate no painel técnico “Sistema de Ancoragem é tudo igual? – Uma análise das diferenças no sistema”. Um dos tópicos discutidos e analisados foi a complexa questão das diferenças nos sistemas de ancoragem utilizados na indústria da construção. Reunindo especialistas na área, o evento trouxe análises sobre a segurança no trabalho em altura, um tema relevante para prevenção de acidentes no setor.
O painel foi composto pelos profissionais Rodrigo Fonseca – Engenheiro e Membro da Comissão de Estudo Implantação e Uso do Sistema Individual Contra Queda – ABNT; e por Antônio Pereira do Nascimento – Auditor Fiscal do Trabalho.
Rodrigo Fonseca, engenheiro e membro da comissão de estudo, implantação e uso do Sistema Individual Contra Queda pela Animaseg, destacou ter vasta experiência no campo da ancoragem e trouxe à tona uma pergunta crucial: “ancoragem é tudo igual?”. Segundo ele, essa pergunta é o ponto de partida para entender as complexidades do sistema. Fonseca destacou que a diversidade de atividades de trabalho em altura requer diferentes tipos de ancoragem, cada um com finalidades e especificações distintas.
“Visto que nós temos diferentes situações de uso, o que devemos considerar? Finalidade de uso, aplicação, cargas e o material que também será diferente”, pontuou o engenheiro. Ele também ressaltou a importância de optar por dispositivos de ancoragem de confiança, que passaram por testes e aprovações rigorosas. Para o engenheiro, não é uma possibilidade trabalhar com os limites de carga do equipamento, e é preciso sempre colocar a “régua mais para cima”. “Porque são vidas que estão envolvidas. Um dispositivo de ancoragem é confiável desde que ele seja feito de um material apropriado e testado”, enfatizou.
Fonseca alertou, ainda, para a prática de replicar informações errôneas no mercado, o que resulta em desinformação e, potencialmente, em situações perigosas. Ele concluiu: “quando falamos sobre o sistema de ancoragem, precisamos parar e refletir se o que está sendo feito hoje é minimamente aceitável”, pontuou. Ele finalizou sua fala destacando que é preciso que os profissionais atendam às normas regulamentadoras e brasileiras para que se tenha mais segurança no trabalho.
Auditor fiscal do trabalho, Antônio Pereira do Nascimento apresentou uma perspectiva fundamental sobre as questões de segurança do trabalho em altura. Ele destacou que o trabalho em altura é uma preocupação constante e que a queda com diferença de nível é uma das principais causas de acidentes graves e fatais na área, de acordo com levantamento feito em 50 construtoras.
“A maior preocupação das CATs (Comunicações de Acidente de Trabalho), que foi o considerado no estudo, é a queda com diferença de nível, que não só é uma das maiores dores de cabeça, mas também a grande geradora de acidentes fatais na nossa área”, explicou Nascimento.
Ele enfatizou a importância de pensar na ancoragem desde a fase de projetos, destacando que a adaptação posterior ao sistema de ancoragem pode ser inviável em termos de resistência, rigidez e durabilidade. “Se não for embasado em projeto, em memorial de cálculo, com especificação adequada, ao invés de darmos segurança ao trabalhador, a gente está levando o trabalhador a um acidente grave ou fatal”, alertou.
Nascimento concluiu sua apresentação incentivando a busca por conhecimento e a colaboração entre profissionais competentes, empresas e prestadores de serviços, afirmando que somente por meio desse trabalho conjunto será possível garantir a segurança dos trabalhadores no setor da construção.
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(Fonte: Agência CBIC)