85% dos trabalhadores do setor da construção estão satisfeitos ou muito satisfeitos com seus empregos no Brasil. Essa é uma das conclusões da pesquisa nacional e inédita “Perfil do Profissional da Construção Civil”, iniciativa conjunta da Comissão de Política de Relações Trabalhistas (CPRT) e da Comissão de Responsabilidade Social (CRS) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em parceria com o Serviço Social da Indústria (SESI) e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL/RS), apresentadas durante painel do 99º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC) | Política & Estratégia, realizado pela CBIC no dia 26/11, em Brasília.
Lembramos que o Seconci-MG colaborou com a pesquisa, sendo palco de entrevistas com os funcionários do setor mineiro.
“Este tema já está no foco da CBIC há bastante tempo. Como representantes do setor, decidimos intensificar nossos esforços para expandir ainda mais nosso conhecimento, para isso, realizamos uma série de pesquisas, tanto internamente quanto com a colaboração de outras entidades. Este ano foi marcado pela consolidação de um grande volume de informações, e o ponto culminante dessa jornada é essa pesquisa”, disse Ricardo Michelon, vice-presidente de Política de Relações Trabalhistas e presidente da CPRT/CBIC.
“A CBIC tem se empenhado em implementar diversas iniciativas para compreender melhor o perfil dos trabalhadores e tornar o setor mais atrativo para os jovens”, comentou Ana Cláudia Gomes, vice-presidente de Responsabilidade Social e presidente da CRS/CBIC.
Com abordagem quantitativa, a pesquisa foi aplicada em contatos presenciais e ouviu 2 mil profissionais atuantes em funções de produção em canteiro de obras. A amostra foi baseada por região, considerando a participação do setor no PIB, e distribuída por 27 cidades – o campo aconteceu nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal no período de 10 de outubro a 21 de novembro. “A pesquisa foi desafiadora, mas a equipe foi incansável. Buscamos entender quem são as pessoas nas obras, suas motivações, dificuldades e os aspectos positivos e negativos de seu trabalho”, disse Greice de Rossi, consultora do IEL/RS responsável pelo projeto.
Predominância masculina
Além de mapear o perfil do trabalhador da construção no Brasil, a iniciativa também explorou as principais motivações dos profissionais que seguem atuando no setor. Os resultados revelam que 37% dos entrevistados gostam do que fazem, 20% destacaram o ambiente de trabalho como atrativo, e outros 20% ressaltaram as oportunidades de crescimento profissional.
A pesquisa revelou o perfil diversificado dos trabalhadores, com destaque para a predominância masculina, e o envelhecimento da força de trabalho da construção. Cerca de 60% dos entrevistados têm mais de 40 anos, e 60% possuem mais de 10 anos de experiência no setor. O levantamento também registra que a maioria dos entrevistados tem formação básica: 30% haviam concluído o ensino médio e 45% tinham o ensino fundamental incompleto.
Em relação ao tipo de contratação, a maioria dos participantes estava sob o regime CLT. Os cargos mais comuns eram os de servente e pedreiro, seguidos por eletricistas, carpinteiros e bombeiros hidráulicos.
Em sua primeira edição, a pesquisa Perfil do Profissional da Construção Civil também focou o público feminino, investigando como as mulheres percebem as oportunidades de crescimento na indústria da construção. 44% das entrevistadas afirmaram que o trabalho feminino é valorizado na construção e 62,4% relataram que a mulher recebe tratamento respeitoso no setor.
Durante o painel, os executivos da CBIC afirmaram que a pesquisa será importante para orientar ações novas destinadas a valorizar o trabalhador da construção e tornar o setor mais inclusivo e atraente. CPRT e CRS acompanham os temas relacionados à atração e retenção de mão de obra, assim como estímulo à maior participação de mulheres e outros públicos.
“O principal desafio é o capital humano e intelectual da indústria, especialmente no que se refere à atração e desenvolvimento de talentos. É importante criar uma indústria que atraia jovens, incluindo mulheres, e oferecer oportunidades para seu crescimento”, pontuou Ana Cláudia Gomes. “A CRS, nesta edição, procurou entender a participação feminina no setor e como elas percebem as oportunidades de desenvolvimento. O objetivo é coletar informações para criar um plano de ação que torne a indústria mais atrativa”, concluiu.
(Fonte: Agência CBIC 27/11/24)